O interconhecimento entre as pessoas participantes foi um momento importante, pontuado por poesia, música e partilha de histórias identitárias e significativas, despoletado pelo desafio lançado ao grupo de partilhar um objeto, imagem, canção ou poema significativo para si do ponto de vista pessoal ou profissional. A partir da partilha dos objetos e das histórias a eles associadas, valorizou-se ainda mais a diversidade territorial e ficou-se a conhecer um pouco melhor as pessoas que compõem cada Núcleo.
Dentro dos vários elementos partilhados, houve alguns relacionados com as tradições culturais e históricas, trazendo as ligações à ancestralidade; outros em ligação com a modernidade, com as vivências quotidianas ou com a família. Partilharam-se cerca de 25 objetos, entre os quais uma fotografia de uma raposa, umas figuras de barro, uma pen, post-its ligados por fios, um livro de Paulo Freire, uma bandeira e uma canção. O que aqui partilhamos é apenas uma pequena amostra da diversidade de objetos e histórias que se partilharam neste momento e que enriqueceram o nosso dia.
A partir do foco concreto da Extensão Crítica e do ensino superior, aprofundou-se conceptualmente a ED/ECG, refletindo sobre o papel que a educação transformadora tem nas comunidades onde as ESE/IP estão enraizadas, bem como aquilo que propõe a ED/ECG enquanto lente pedagógica e política.
Partiu-se da questão “o que propõe a ED/ECG?” e de algumas dimensões-chave: tipo de relações; propósito(s) do processo educativo; coerência entre o futuro proposto e a ação presente; e abertura a outros saberes. Estas reflexões foram apoiadas pela experiência específica das pessoas participantes, das convidadas e também do visionamento do vídeo do amigo e educador popular Oscar Jara.
O que mais se destacou parece ter sido o quão fulcral é a relação que construímos, entre nós e com a(s várias) comunidade(s), sendo o início e o fim do nosso trabalho, que precisa dessa base de horizontalidade, confiança, humanismo, colaboração e amorosidade para despertar e, depois, continuar a florir.
Em pequenas equipas territoriais o processo das cartografias continuou evidenciando diferentes relações, presenças e ausências, pessoas e instituições, tipologias e graus de relação, facilidades e constrangimentos, pertinências e estratégias e possíveis relações com os planos de ação já em curso nas instituições.
Para ajudar nesta reflexão e na construção das cartografias, foram lançadas três perguntas orientadoras:
O que consideram ser mais valioso na prática da Extensão Crítica?
Que desafios se colocam às práticas de Extensão Crítica?
Quais são as práticas de Extensão Crítica que consideras mais transformadoras? Para quem? Para quê?
Este foi apenas um primeiro momento. A proposta feita aos Núcleos foi a de levarem as cartografias para os seus territórios e partilharem o que aqui foi pensado, com o intuito de envolverem mais membros dos Núcleos e adicionarem novas camadas à cartografia.
Num momento em plenário, com todos os territórios reunidos, cada um deles apresentou a sua primeira proposta de cartografia.
Estas primeiras versões não ficaram fechadas, mas foram um ponto de partida para um trabalho que será continuado, junto de cada Núcleo, onde será feita uma revisão mais alargada para uma melhor perceção do ecossistema que constitui cada território.
Chegado o momento do encerramento do Encontro, partilharam-se algumas reflexões, em jeito de avaliação, sobre estes dois dias de trabalho. Veja, de seguida, o que disseram as pessoas participantes.
As inspirações e experiências ouvidas.
Ter ideias para novas atividades a partir das partilhas de colegas.
O espaço de interconhecimento entre pessoas e territórios pertencentes ao Projeto Escolas Transformadoras e à Comunidade Sinergias ED