2º Encontro entre Núcleos

Este Encontro entre Núcleos de Aprendizagem EDCG, um momento presencial, que reuniu 16 agentes educativos (incluindo 1 estudante, 1 técnica superior e 3 representantes de uma ONGD) das diversas instituições e diferentes territórios que compõem o projeto, centrou-se, sobretudo, na sistematização do caminho percorrido pelo projeto, procurando identificar aprendizagens individuais, coletivas e organizacionais, bem como processos de mudança que nasceram do projeto.

Foi, ainda, um momento coletivo para se pensar possibilidades e caminhos futuros. Explore esta memória para perceber melhor o que foi este Encontro.

Que objetivos queremos atingir?

Sistematizar o percurso desenvolvido ao longo do projeto Escolas Transformadoras: identificar aprendizagens e processos de mudança (individuais, organizacionais, coletivos).
Definir possibilidades futuras do projeto Escolas Transformadoras.

Um final de tarde de acolhimento e convívio

Ao final da tarde do dia 8 de maio, a equipa do projeto encontrou-se no alojamento para um breve momento de acolhimento. Daí, seguiu para o restaurante Dona Tengarrinha, no coração da cidade de Beja, para um jantar convívio, porque acreditamos que estes espaços conviviais são muito importantes para o interconhecimento das pessoas envolvidas, o cuidado das relações e as partilhas várias que acabam sempre por surgir nestes ambientes mais informais.

Mas o jantar foi, também, o início desta “viagem” ao Planeta ET, através do desafio proposto a cada pessoa de partilhar o que trazia consigo para a “viagem” a este planeta. Entre garfadas, partilhas e risadas, cada uma e cada um foi deixando o seu post-it no mapa comum, afixado na parede do restaurante. Este levantamento de expectativas serviu de alavanca para o início dos trabalhos no dia seguinte.

Apresentação e enquadramento

No dia seguinte, 9 de maio, iniciámos com um breve enquadramento do encontro que contemplou:

O caminho realizado ao longo das três edições do projeto Escolas Transformadoras – que foi dando corpo aos Núcleos e à consolidação do trabalho em ED nas instituições.

O processo e historial de Sistematização de Aprendizagens (SA) nestas três edições do projeto – que contaram, a determinado momento, com a colaboração da ESE do IP Bragança e a do IP da Guarda.

Exercício de simulação
A viagem ao Planeta ET

Recorremos a uma metáfora espacial para fazer descolar este exercício – os grupos de trabalho eram naves que chegavam a um novo planeta – o planeta ET.

A partir do levantamento de expectativas iniciado no jantar do dia anterior, cada Nave – vinda de diferentes locais do Planeta Terra, com as suas representantes – apresentou-se, dizendo de que cidade vinha, quem a constituía e o que trazia para esta viagem.

Muitas foram as coisas trazidas para a viagem. Umas comuns e outras distintas, que podem ver nas imagem ao lado.

Os 5 pontos de interesse

Neste Planeta ET, existiam cinco pontos de interesse que cada uma das Naves deveria visitar: Os Muros, As Pedras, As Flores, A Cápsula de Alimentação e a Linha do Horizonte. Cada um destes locais oferecia uma diferente proposta, orientada por perguntas questionadoras, que ajudariam os viajantes na sua reflexão.

Durante cerca de duas horas, cada Nave realizou a sua viagem pelos diferentes pontos de interesse.

Clique em cada uma das imagens para conhecer as questões para reflexão.

Os Muros

Que grandes obstáculos foram encontrando ao longo do projeto?
Que muros foram e/ou são mais difíceis de transpor?
Que muros foram já derrubados com o ET?
Que obstáculos foram sendo diferentes?

As Pedras

Que desafios foram encontrando?
Que caminhos foram percorrendo?
Que aprendizagens foram fazendo?

As Flores

O que tem germinado ao longo do projeto?

A cápsula de alimentação

Como é que o ET nutriu as pessoas participantes?
Como nutriu as instituições?

A linha do horizonte

Como perspetivam o futuro do projeto?
Como veem o futuro da ED nas ESE/IP?

De regresso à base, cada Nave construiu, colaborativamente, um vídeo da sua visita ao Planeta ET, demonstrando os seus percursos, reflexões, descobertas (sensoriais, temáticas, etc.), informações sobre o projeto, emoções que foram sentindo ao longo do processo, encontros entre Naves, discussões entre pessoas das Naves sobre o que se passou na sua ESE, elementos criativos e demais coisas interessantes.

Fica o convite para (re)ver os vídeos e o que cada grupo considerou mais relevante.

Ver vídeos

Reflexões, perceções e recomendações

A partir de algumas perguntas orientadoras, partilharam-se reflexões e perceções sobre o exercício, sobre o projeto e possíveis caminhos futuros. Clique nos diferentes temas para conhecer os pontos de vista dos participantes.

Mudanças e transformações

Os estágios como espaço fundamental de trabalho, vivência e sustentabilidade da ED nas instituições.
Os Núcleos como o resultado mais significativo e transformador. Um marco e um espaço que tem gerado possibilidades de articulação entre projetos e estruturas. Passaram a ser não só as entidades criadoras de ação, mas também de apoio à ação no âmbito da ED.
As formações de agentes educativos como momentos fundamentais em todos os territórios.
Maior sensibilização da comunidade educativa.

O papel da EDCG

Os temas do contexto atual internacional são centrais para um processo de ED.
Construir uma comunidade de prática EDCG na instituição.
Os Núcleos ajudam a partilhar metodologias e formas de fazer EDCG.
Há maior coerência entre a forma como a docência é exercida e as práticas de EDCG.

Relação e colaboração

Os Núcleos dão importância à diversidade de interesses e à confluência de pessoas.
A relação entre estudantes e docentes é fulcral para o envolvimento.
É importante as pessoas interessadas estarem juntas e comunicarem.

Questionamentos e outras coisas importantes

Que papel para a comunicação no projeto?
A ED pode encontrar o seu espaço entre a resistência e o mainstream?
É demasiada informação? Não há planificação? A escola é desorganizada?
Dilema: mais pessoas e a sensação de se “andar às voltas” ou manter quem está e aprofundar?
É preciso tempo para enraizar e transformar nas instituições. É difícil criar uma cultura de transformação nas instituições. Não há como encurtar.
A cultura organizacional do ensino superior e das instituições dificulta projetos deste tipo.
O projeto ou um processo que vai muito além do projeto?
Saturação da informação – as atividades acontecem todas na mesma altura.
As/os estudantes devem ter acesso ao plano anual de atividades.
É mais difícil chegar a estudantes portuguesas/es do que internacionais e/ou em mobilidade.
As/os estudantes têm pouca vontade em estar na escola.
A conjuntura atual como, por exemplo, a habitação, dificulta a ação. Há muitas/os estudantes que vivem longe da ESE/IP e que regressam a casa assim que termina o seu horário, passando pouco tempo na escola, por um lado, e não tendo ligação – cultural, social, simbólica – ao território, por outro.
Há uma violência simbólica na relação estudante-docente que pode dificultar o seu envolvimento em projetos desta natureza.

Recomendações e possíveis caminhos futuros

Novas pessoas ou consolidar com as que estão, nomeadamente docentes?
Maior concretização seria importante.
Repensar a comunicação para chegar, mais facilmente, às/aos estudantes.
Ter estudantes a pensarem na proposta do projeto, desde o seu início, para uma maior apropriação e ligação.
As problemáticas atuais podem ter uma boa ligação à ED e uma maior relação entre temáticas/problemáticas.
Envolver os Conselhos Pedagógicos?
Envolvimento de estudantes através de trabalhos mais práticos (cinema, por exemplo).

Avaliação, encerramento e almoço convívio

No final do encontro, assinalamos os aspetos positivos e os pontos a melhorar.

Aspetos positivos

A insistência no presencial compensa.
A metodologia adotada foi muito interessante.
É importante olhar para os resultados alcançados, apesar das pedras e dos muros no caminho.
“A relação com os outros núcleos e a partilha das mesmas dificuldades e dos mesmos constrangimentos para melhor entender os obstáculos”.
“A discussão com os elementos do núcleo mostrou diferentes aspetos das mesmas preocupações e vontades de ação.”
“A partilha entre escolas”.

Aspetos a melhorar

Envolver mais estudantes.
“Uma reflexão individual na folha grande” entre o momento de visualização dos vídeos e a discussão que se seguiu. “Talvez tivesse possibilitado recolher mais aspetos particulares”.

Por fim, seguimos para mais um momento convivial, com direito a almoço conjunto e a esta fotografia de grupo!