E se tivesse que partilhar a sua experiência pedagógica através de um desenho, sabendo que não seria permitido escrever? O que faria? Como se sentiria? Que experiência iria desenhar e porquê? E que reflexões e recomendações retiraria dessa experiência que desenhou?
Foi este o desafio lançado aos diferentes agentes educativos que integram os Núcleos de Aprendizagem do Projeto Escolas Transformadoras, nas quatro instituições parceiras. Depois de um momento em que cada pessoa pôde exprimir-se, num formato artístico e experiencial, sobre práticas educativas significativas e transformadoras em que participaram, algumas recomendações foram construídas em conjunto.
Navegue pelas diferentes galerias abaixo e veja os desenhos que cada pessoa fez. De seguida, continue a sua visita e conheça as recomendações feitas por estes grupos de trabalho. Elas estão organizadas por dimensões e ajudarão as Instituições de Ensino Superior, nomeadamente as Escolas Superiores de Educação e os Institutos Politécnicos a se comprometerem e a promoverem iniciativas, ações e projetos de Cidadania Global com vista à Transformação Social e à construção de caminhos de mudança.
Consulte aqui a proposta metodológica, experimentada no encontro entre núcleos.
Desfrute e inspire-se!
O envolvimento de diferentes atores foi uma das dimensões focadas pelas pessoas participantes no projeto Escolas Transformadoras pela sua importância para a concretização dos princípios da ED/ECG. Assim, as pessoas referiram:
Envolvimento de “influencers” (estudantes, docentes e não docentes);
Envolver comunidades cooperantes;
Integração estratégica dos órgãos de estudantes;
Não vamos conseguir chegar a todas as pessoas - fazer opções.
Invariavelmente o elemento tempo está presente quando se discutem processos de Educação Transformadora em espaços de Educação Formal, como são as Escolas Superiores de Educação e/ou os Institutos Politécnicos. Foi apontado pelas pessoas:
Falta de tempo;
Mudança de paradigma - tempo/trabalho/tempo livre;
Gestão de tempo - sociedade vs sistema de ensino.
A Educação para o Desenvolvimento, pela sua natureza processual e colaborativa, é complexa e exige tempo que, na maioria das vezes, é de difícil conciliação com os tempos, as exigências e os espaços de educação formal.
É necessário uma mudança de paradigma que confira um maior reconhecimento da importância do trabalho colaborativo e em rede, da sinergia entre diferentes projetos e da conciliação entre a vida profissional e pessoal, bem como do tempo livre e de descanso.
A mudança/transformação dentro das ESE e IP foi outro aspeto referido pela maioria das pessoas que, neste momento, sentem que a Educação e a Escola precisam de uma grande transformação para se adequarem aos desafios e às complexidades de um mundo em transformação. Aqui, surgiram recomendações mais ligadas à prática pedagógica e outras à dinâmica institucional.
Pedagógica:
Revolução nas práticas pedagógicas - formação de docentes do ensino superior; orientações / decisões transversais; organização dos espaços, incluindo salas de aula;
Valorização do trabalho pedagógico;
Evidenciar a ED nas diferentes práticas institucionais;
Lutar pela relação pedagógica;
Intencionalidade de integração curricular;
Exploração de novos contextos - aprendizagem em serviço; extensão universitária crítica.
Institucional:
Trabalhar a dinâmica política (desde cedo);
Mapeamento de projetos - coerência; racionalização; sistematização;
Construção de sinergias é diferente de confusão/sobreposição de projetos.
É necessário recuperar a função social do ensino superior e deixar de responder a lógicas de mercado incoerentes com a ED/ECG. A ED/ECG deve ser assumida como uma opção política e estratégica dentro das instituições de ensino superior, evidenciando-se nas práticas institucionais, curriculares, pedagógicas e relacionais.
A comunicação e a forma como é feita é, também, um conteúdo de ED e, por isso, acabou por ser referida por alguns dos grupos de trabalho que mencionaram:
A ED como comunicação da própria ED;
Dar a conhecer testemunhos de estudantes para estudantes.
A comunicação deve ser, também, um processo colaborativo e pensada para alcançar diferentes grupos de pessoas, dentro e fora das instituições de educação formal, embora tenhamos consciência de que nem sempre é fácil comunicar a complexidade da ED/ECG.